Solidão Ancestral

Nas terras distantes, um grito abafado,

Ancestrais arrancados, um destino selado.

Correntes que prendem, sonhos que se vão,

No navio negreiro, a dor e a solidão.

Olhos que choram, corações que clamam,

Por liberdade perdida, por terras que amam.

No Brasil, um novo mundo, mas sem esperança,

A vida de escravo, sem direito à lembrança.

Trabalho forçado, corpos exaustos,

A alma ferida, os dias arrastam.

Mas no peito, a chama da resistência,

A força de um povo, a luta pela existência.

Cantos de lamento, histórias contadas,

Nas noites escuras, memórias guardadas.

A cultura que vive, a fé que persiste,

Mesmo na dor, a identidade resiste.

Solidão ancestral, mas não esquecida,

A luta continua, a história é vivida.

De geração em geração, a força se passa,

E na memória coletiva, a esperança não se esgarça.

Marly Ferreira
Enviado por Marly Ferreira em 15/12/2024
Reeditado em 16/12/2024
Código do texto: T8220052
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