Solidão Ancestral
Nas terras distantes, um grito abafado,
Ancestrais arrancados, um destino selado.
Correntes que prendem, sonhos que se vão,
No navio negreiro, a dor e a solidão.
Olhos que choram, corações que clamam,
Por liberdade perdida, por terras que amam.
No Brasil, um novo mundo, mas sem esperança,
A vida de escravo, sem direito à lembrança.
Trabalho forçado, corpos exaustos,
A alma ferida, os dias arrastam.
Mas no peito, a chama da resistência,
A força de um povo, a luta pela existência.
Cantos de lamento, histórias contadas,
Nas noites escuras, memórias guardadas.
A cultura que vive, a fé que persiste,
Mesmo na dor, a identidade resiste.
Solidão ancestral, mas não esquecida,
A luta continua, a história é vivida.
De geração em geração, a força se passa,
E na memória coletiva, a esperança não se esgarça.