DOCE ABANDONO
Na alegria da tristeza de um desencontro
Em que sinto o calor frio da solidão
No doce amargo vazio em que me encontro
Parado perdido na desilusão
Calado, sozinho no meu canto...
No entanto, se sentires o meu pranto!
Se dou um grito desumano!
E não reclamo,
Ao sentir um desprezo de um cão sem dono
É pra falar em silêncio do meu doce abandono.
Se quiseres a minha alegria
Quando não houver motivo pra sorrir
Terás a hipocrisia
Pra não falar da agonia
Que qualquer um pode sentir
Assim eu te declaro
O que não vi nem ouvi
Pelo teu desamparo
Só eu sei o que sofri.
Numa clara tempestade
Que não queria passar
Encontrei na saudade
Forças pra recomeçar.
E para a tristeza da agonia
Reencontrei com a alegria
Que me deu essa poesia
Para um dia te declamar.