SUSSURROS DE UM QUARTO VAZIO
Luto constantemente contra as minhas emoções,
suportando o peso da máscara que carrego.
Revivo velhos momentos;
apenas em um deles eu me apego,
onde matei minha devassa solidão.
Ninguém me entende.
Não posso viver como eu quero.
Fragmentos de mim
explodem de amor.
Deitado no quarto vazio,
sinto o meu corpo em toques sem fim.
Voa a minha imaginação;
crio mil mundos para fugir da minha dor,
para ter um lampejo de felicidade.
Me destruindo no tic-tac do tempo,
para viver dos outros a maldade.
Todos os dias acho que é tarde demais.
Me paralisa o medo de começar algo novo.
Às vezes, dar um passo para frente é deixar algo para trás.
Sempre querendo curar as minhas imperfeições,
embora eu não esteja quebrado.
Em campos de solidão, sem sonhos,
eu continuo deitado.
Não há prêmio na perfeição
nem fim na minha busca.
Em todas as linhas do tempo,
continuo voltando para a realidade.