INSÔNIA

Em meio à madrugada espiei a lua
O vento cantava triste na janela
Varrendo as folhas do quintal e da rua
O tempo retumbava no meu peito
Meu corpo jazia quente na cama fria
Os olhos atentos e despertos
Fixos na luz que sai nas frestas
Reluzindo tons de prata feito festa
Ressoando de leve em cada recanto
Da minha alma cansada que flutua
Rolando e revirando incômodo na cama
O calor do corpo em vão na cama nua
O carinho de tua mão sôfrega que falta
Nesse leito deserto e enregelado
E esse sono que teima em ser ausente.