Desvios do silêncio

Na curva do silêncio, o calor se esconde,

Só o vento me abraça, tão frio, tão distante

O céu desenha ausências em vozes que não respondem,

E o tempo me confunde entre o eterno e o instante

Caminho entre as sombras que dançam no chão,

Companheiras do vazio que habita em meu peito

Em cada passo, escuto a minha própria canção,

Um pedido de presença no mundo imperfeito

A noite me consome, sou parte do breu,

E nos sonhos turbulentos, procuro a razão

Mas a solidão grita nesse silêncio que ainda sou eu,

Mesmo quando me perco na escuridão

E quando a aurora chegar, quem sabe me esqueça,

Que esse peso mora em cada estação

E a luz, como um beijo, me trará a promessa

Que existe mais vida além da solidão.

Maurílio Costa
Enviado por Maurílio Costa em 18/11/2024
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