Desvios do silêncio
Na curva do silêncio, o calor se esconde,
Só o vento me abraça, tão frio, tão distante
O céu desenha ausências em vozes que não respondem,
E o tempo me confunde entre o eterno e o instante
Caminho entre as sombras que dançam no chão,
Companheiras do vazio que habita em meu peito
Em cada passo, escuto a minha própria canção,
Um pedido de presença no mundo imperfeito
A noite me consome, sou parte do breu,
E nos sonhos turbulentos, procuro a razão
Mas a solidão grita nesse silêncio que ainda sou eu,
Mesmo quando me perco na escuridão
E quando a aurora chegar, quem sabe me esqueça,
Que esse peso mora em cada estação
E a luz, como um beijo, me trará a promessa
Que existe mais vida além da solidão.