Entre mundos
Tantos passos pelas ruas numa rotina acelerada
A noite se aproximando para o fim dessa jornada.
A multidão a minha volta em um surto coletivo
Caminhando ou correndo para chegar ao seu destino.
O barulho desse mundo em antítese com a mente
Que almeja o silêncio e a solidão constantemente.
Na visão da lua cheia iluminando o céu noturno
Uma luz na imensidão de um pensamento oportuno.
Vem clarear a escuridão de um manchado coração
Que perdeu a esperança diante de uma traição.
A realidade de uma vida que parou lá no passado
Encarando o presente sem alegria e desmotivado.
Mundos distintos que vivemos e me traz reflexão
E um deles eu sou a paz e no outro a destruição.
O rosto calmo e sereno, a mente turva e em ebulição
O coração segue batendo mas já sem muito emoção.
No mundo externo a rotina em si é passageira
Já no interno a eternidade é uma dolorosa hospedeira.
Trazendo a dor e me cercando com muita brutalidade
Enquanto choro no interno, meus olhos veem a realidade.
De uma tragédia que muitos chamam: essa é minha vida
Eu hoje vejo que é uma jornada suicida.