Solitude Estelar
Oh, astro altivo, que luzes tão só, és chama e reflete a solidão do céu. Em teu fulgor etéreo, reina, mas se condena a banhar-se apenas no espelho de si.
Tu, que desfias constelações, mas não sentes o calor de um outro astro ao peito encostado, és cativo do brilho que o teu destino impôs como espelho em águas fundas, solitário e calado.
Teu amor é reflexo, é prisão de teu lume, és centelha sem par, fogo inatingível, e mesmo que clames ao firmamento um par, só o eco te responde, vazio, inaudível.
Oh, estrela que brilha na noite sem fim, és farol distante, solene, mas só; assim vives, faísca que o mundo contempla e que, amando a si mesma, ao universo renega.