Revistei minha alma...
Quase algemei-a ao corpo...
Tenho impressão que ela é mais livre
do que eu...
Fico roxa de inveja.
Embora todos digam que ela é verde.
Mas, acho verde a cor da natureza.
Será que ter inveja é natural?
Vai saber? Na trama do DNA... quem saberá
o que herdou e de quem?
Revistei minha alma.
Palmo a palmo.
Seu lastro não era grande
E, na aldeia espiritual encontrei vestígios
da criança que fui, da adolescente que também fui
e, no adulto que me tornei...
Torneada por emoções, palavras e atos
somos esculpidos sem acasos, na precisão macrobiótica dos dias.
Revistei-me novamente.
E, tudo que me salvou
foi uma caneta, um caderninho e,
um marcador de livro, com palavras grifadas.
Encontrei a liberdade ancorada no navio,
e o oceano preso entre icebergs...