Em memória de Nietzsche

Ó herói errante, que entrelaças

em tua pena o mundo que habitas,

não és apenas o poeta ou o sábio,

mas o próprio verso que cravas no tempo,

teu nome, tua imagem, teu sangue esculpidos

na rocha dos séculos, na carne das ideias.

Tu que entraste no tempo, solitário,

como uma estrela a desbravar a noite,

erguendo em palavras a tua filosofia,

não mais homem, não só autor, mas parte

do pensamento, raiz e fruto

da árvore eterna do saber.

Que a terra esquecida seja tua,

fantasma das eras, autor e personagem,

habitando a memória de quem ousar

a trilha de tua jornada,

sofrendo e encantando no mesmo silêncio

onde te fizeste eterno — na tua própria solidão.

Fiódor
Enviado por Fiódor em 26/10/2024
Reeditado em 08/11/2024
Código do texto: T8182831
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