O Peso de Sentir
Há dias em que o simples ato de existir
é um fardo insuportável.
A consciência pesa como pedra afundando
em um oceano que ninguém vê.
Há dias em que as máscaras quebram
e a dor nua pulsa.
Tudo dói.
Amar é um corte profundo,
odiar, uma ferida aberta,
e ignorar…
é morrer um pouco por dentro.
Mas o que mais dilacera
é a prisão de não poder doer,
de não poder gritar ao vazio
o quanto viver arde
como chamas invisíveis.
As pessoas olham a dor de longe,
como se a minha fosse menor,
como se o choro fosse um capricho,
e não o desespero de quem já perdeu
a si mesmo nas lágrimas.
E assim, noite após noite,
a alma desaba,
cada lágrima rouba uma parte de mim.
E quando o choro cessa,
sou menos do que fui.
Sou um reflexo distorcido,
um eco de quem já existiu.