O SOLITÁRIO NO PARQUE

O balanço fazia movimentos rápidos

Quase dando voltas no ar

Como se ele tivesse pressa de acabar

Ou não quisesse ser incomodado.

Cada vez que subia

O vento soprava em seu rosto

Fazendo movimentos em seus cabelos dourados

E ele fechava os olhos como se fosse à última vez!

Não havia ninguém como testemunha

Parecia que escolhera aquele momento de propósito

Para que ninguém notasse sua alegria, sua felicidade.

Os ferros rangiam talvez pelo tempo de uso

A garoa continuava forte, mas não amedrontava;

Aquela figura minúscula que rodopiava no ar.

Sua roupa já estava ensopada

Suas mãos enrugadas e os dedos roxos

O frio da manhã era intenso

E o sorriso nos lábios trêmulos, lhe acalmava

Era mais um dia de paz em seu coração.