O silêncio pesa como um véu de bruma
O silêncio pesa como um véu de bruma,
Que envolve o tempo, sem pressa, sem rumo.
É leve nas horas que pedem descanso,
Mas denso nos dias em que a alma balança.
Carrega segredos que nunca se dizem,
Histórias caladas que não se escrevem.
É o eco de tudo que foi e não foi,
O peso do que poderia ter sido.
No olhar que desvia, há um grito contido,
Na mão que hesita, há um mundo perdido.
O silêncio é ponte, é abismo, é vazio,
É paz que acalma ou tormento sombrio.
Qual é o peso do silêncio? — Não sei.
Talvez seja tudo, talvez seja um rei.
Que rege o mistério em sua coroa invisível,
E nos faz lembrar do que é indizível.