O Pendurado

Solidão traiçoeira

É com um vinho bom, com uma música boa

A sensação quente no corpo

No rosto, no cinema

É a hipótese absurda

De império dentro de um império

Enquanto faço caracóis na minha cabeça

E os bobocas escapam por entre os dedos

E os mundos escorrem dos lábios

Feito chocolate quente

As palavras que nunca foram ditas

Apressam-se em me vexar

Por poder ter medo, por ter coragem

Por ter estômago, entranhas, coração

Por ter desejo e por ter saudades

Quanta bobagem fiz ao negar que não amo

Deveria ter ficado menos

Apenas um poema curto

E coberto meus pés frios na cama

E, no vazio, com barriga cheia de sonhos

Sumo na obscuridade do dia

A filosofia precisa imaginar-se feliz

E quando minha alma se reparte em duas

No abismo... eu posso voar

Eli Jardel Alexandre
Enviado por Eli Jardel Alexandre em 04/09/2024
Reeditado em 04/09/2024
Código do texto: T8144331
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