A SOLIDÃO DO BEM
Itapeva/MG - 21 de agosto de 2024 - 19:33: 14
A SOLIDÃO DO BEM
São tantas as palavras em meu coração partido
Quando um amor ardente se tornou uma inimiga
Tão difícil respirar, é tudo velado: desprezos...
Outrora comigo, agora tão distantes e magoados
Noites sem luz em que o brilho se macula rubro
O instinto machuca e se torna selvagem e cruel:
Se eu tivesse um desejo a realizar, que fosse seu fim
Dei tudo e você, covarde, me fez ser pior que nada...
Essa é a solidão do bem? Dói e gela tal como o mal?
É este o sentimento que eu preciso enfim suportar?
Há sim um buraco tão fundo onde foi o meu coração
A vida continua como se nada tivesse ocorrido? Será?
Almas petrificadas contemplam esta fria desgraça
Deveras culpadas por aquele sentimento bem triste:
Não há consolo. Só vazio. Quem está comigo agora?
E, assim, lágrimas secam sozinhas, ao frio do vento...
Criando um monstro tão egoísta onde um dia
Habitou em mim um garoto de tão puro sentir...
Tem algo faltando. A flecha crava fundo. Só dor:
Você não atende mais minhas ligações: Nada mais!
Não há para onde correr e nem tenho para onde ir
Corpo e alma se despedem antes de um projétil...
Comoção que logo se transforma em julgamentos
Caem as mãos ao lado de uma taça e de meu violão...