NÁUFRAGO

De um lado a outro

É a mesma distância

Mas quem faz pouco

O quase nada alcança

Se alimenta do orgulho

E também da tal vaidade

Já não quer sair do casulo

E ama a maneira que sabe

Lamenta só do erro alheio

Mas não sabe pedir perdão

Ao fazer valer sua própria lei

É o delegado, o juiz e o escrivão

Porém, prisioneiro na própria cela

Onde se vê cercado de tantas grades

E sente-se fragmentado feito quirera

Já a elucubração não passa de entrave

Teme ser inexorável a sensação de agrura

Quando isola-se em seu universo paralelo

Cava com os dentes e unhas a sua sepultura

E causa um tremendo fragor com o seu flagelo

Heloi Lima
Enviado por Heloi Lima em 18/08/2024
Código do texto: T8131844
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