NÁUFRAGO
De um lado a outro
É a mesma distância
Mas quem faz pouco
O quase nada alcança
Se alimenta do orgulho
E também da tal vaidade
Já não quer sair do casulo
E ama a maneira que sabe
Lamenta só do erro alheio
Mas não sabe pedir perdão
Ao fazer valer sua própria lei
É o delegado, o juiz e o escrivão
Porém, prisioneiro na própria cela
Onde se vê cercado de tantas grades
E sente-se fragmentado feito quirera
Já a elucubração não passa de entrave
Teme ser inexorável a sensação de agrura
Quando isola-se em seu universo paralelo
Cava com os dentes e unhas a sua sepultura
E causa um tremendo fragor com o seu flagelo