Meu grito mais alto é sorrir

Parece que estou preso em uma música do Luiz Lins,

Então quero sim outra dose de gin,

O tempo passa, como ele tem passado?

Qual é o fantasma do meu passado?

Eu tô bem, pelo menos tentando estar,

Minha vida tá horrível mas não vou reclamar,

Tenho tido dias ruins, outros desgraçados,

Mas sintam-se abraçados.

É egoísmo ou altruísmo,

Guardar todo esse pessimismo,

Ser sínico, ser síndico de uma casa abandonada,

Por mim ou pela família amada.

Balela quem disse que sofrer é opcional,

Até a dor não está sozinha,

Ela é um mar em espiral,

Estou jogado no chão da cozinha.

Eu tô bem, mas preciso de ajuda,

As vezes esqueço meu nome na rua,

Ou da minha alma impura,

Quem escolherá minha sepultura?

Sou orgulhoso demais para pedir ajuda,

Mesmo judiando meu coração,

Continuo sendo um filho da ...,

Um pecador que faz oração.

Não presto nem atenção em mim,

Tá todo mundo bem sem mim,

Demorariam dias para saber se morri,

Demoram dias para saber se eu sorri.

Não vou pedir para me socorrer,

Mesmo que eu vá morrer,

Agradeça a solidão passada,

Que me deu uma vida traumatizada.

Falo que tô bem, que tô no controle,

Mas estou sendo controlado por mim mesmo,

Pelo ego e pela solidão,

Sozinho e mal acompanhado por mim, diversão!

Vou continuar sorrindo,

Falando que estou me divertindo,

Sou mortal, irei definhar,

Tudo que eu sou um dia vai acabar.

E quando realmente acabar,

Virem que não vou responder, que não vou respirar,

Não sinta culpa, eu quis assim,

Não sabendo como, mas desejei o fim.

Não quero enterrar amigos e conhecidos,

Se deixar serei um dos desaparecidos,

Não deixe doer,

Não se magoe.

E o tempo, tem passado,

Criando um clima pesado,

A minha nuca tem esquentado,

É a culpa de ser um desgraçado.

Não tenho empatia, não tenho respeito,

Não sei o que é essa dor no peito,

Mas no dia do meu leito,

Não há nada que possa ser feito.

Vou ser sincero, não se sinta magoado,

Queria ter me matado,

Mas o que tem me segurado,

É saber que minha mãe havia chorado.

Mesmo ruindo,

Mesmo indo,

Me sinto sozinho,

Mas continuo sorrindo.

Se eu errei, foi querendo acertar,

As vezes quis errar,

Como símbolo de aprendizado,

Mesmo estando errado.

Sou teimoso, até mesmo errado,

Admitir errar é pesado,

Mesmo quando escancarado,

Sou vilão, não sou o diabo.

Corvo Cerúleo
Enviado por Corvo Cerúleo em 28/07/2024
Código do texto: T8116684
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