AS VEZES
Todo dia lembro quem sou;
Uma alma vazia, procurando amor.
Fecho meus olhos, sonhos crescem;
Abro-os, a realidade me entristece.
Correndo à procura de um amor,
Bato de cara com profunda dor.
Por que ando a procurar?
O que quero encontrar?
Interrogações preenchem meu coração:
O que realmente importa, o que faço, então?
Na estrada da vida vejo só estilhaços,
Dentro de mim, fico a juntar pedaços.
Fico no canto, pensando em espanto,
O quanto sofro tanto desencanto.
Vejo que tudo foi preciso e virei lenda,
As marcas que carrego são minha fenda.
Às vezes vejo que valeu a pena,
Sou minha própria esperança plena.
Não percebi o quanto corri, até que entendi:
Estou só, porque nessa corrida eu venci!