Exilado
Quando tinha tuas mãos
Teus carinhos me cuidando,
Como anjinho sem aréola
Mais humano do que santo.
Quando os lábios umedeciam
Meu rosto e minha boca,
O sabor de teus beijos
Como doce mel do campo.
Quando me querias e me fitavas
Meus olhos como de menino;
Os anos que ligeiros passam
Roubando-me teu carinho.
Agora que não tenho mais,
Tuas mãos e teus beijos,
Agora que vivo isento
Só memórias que restaram.
O meu destino há de ser
Vagar sozinho pela cidade,
Sempre na sombra, planando
Por entre vielas e estradas...