Apenas a vida

Da vida só nos resta o que se tem

No dia de hoje

O sol da manhã no rosto

E o trem que serpenteia a cidade

Desde a minha infância

Incutindo mistérios e agonias sem nome

A dor do existir amalgamada à pulsação

Da vida que lateja

Sem pedir licença

E desdenha minhas questões

Da vida restou o respiro

Entre um gole de esperança e outro

De tristeza

Dos afetos desencontrados

Do que não será

Nunca mais

Das imagens eternizadas dos filhos pequenos

A compreensão profunda

A solidão como parceira

O céu por testemunha

As trilhas sonoras esquecidas

Nas ruas que sei de cor

Caminho

O clarão da lua no quintal

Vida sem nenhum segredo

Yara do Vento
Enviado por Yara do Vento em 24/07/2024
Reeditado em 25/07/2024
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