Andarilho
Vês que o céu brilha singelo,
As estrelas mortas, e a lua solitária,
Sem nuvens o vento sopra leve,
Um infinito vazio entregue as retinas!
Nas ruas o silêncio rasteja,
Entre calçadas e muros, vielas.
Gatos à espreita, os cães dormem.
Passos perdidos e cansados seguem.
É madrugada e as mercearias e bares
Estão fechados, sem conforto ou esperança,
Nem mesmo as flores da noite desabrocham.
Mas os pés feridos e exaustos seguem.
E no calmo ritmo entregue,
Onde a embriaguez esconde a face
Com seu espetáculo de mascaras,
Ocultando as lagrimas da realidade!