Andarilho

Vês que o céu brilha singelo,

As estrelas mortas, e a lua solitária,

Sem nuvens o vento sopra leve,

Um infinito vazio entregue as retinas!

Nas ruas o silêncio rasteja,

Entre calçadas e muros, vielas.

Gatos à espreita, os cães dormem.

Passos perdidos e cansados seguem.

É madrugada e as mercearias e bares

Estão fechados, sem conforto ou esperança,

Nem mesmo as flores da noite desabrocham.

Mas os pés feridos e exaustos seguem.

E no calmo ritmo entregue,

Onde a embriaguez esconde a face

Com seu espetáculo de mascaras,

Ocultando as lagrimas da realidade!

Poeta do vinho
Enviado por Poeta do vinho em 18/07/2024
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