ABISMO DO EU

Entre o céu e a terra,

onde a realidade se dissolve

e a fantasia se entrelaça,

eu flutuo, um espectro

à beira de um abismo profundo.

No espelho do vazio,

minhas inseguranças dançam,

sombras do meu ser,

vampiros sem reflexo,

ocultos, mas presentes.

O desejo, primitivo e feroz,

me impulsiona a continuar,

uma chama bruxuleante

que se recusa a extinguir

mesmo nas trevas mais densas.

As estrelas murmuram segredos

que o vento leva,

e eu, perdido na imensidão,

busco um sentido que escapa

como areia entre os dedos.

Entre o amor e o esquecimento,

minha alma balança,

um pêndulo que nunca para,

em busca de um olhar

que possa penetrar a máscara.

Ser quem sou

ou quem desejo ser,

um conflito que arde

como fogo em meu peito,

consumindo, mas iluminando.

A jornada é solitária,

um caminho sem fim aparente,

mas na vastidão do desconhecido,

encontro fragmentos de esperança,

luzes que guiam meus passos.

Pois na efemeridade da existência,

há uma beleza fugaz,

um brilho que persiste

mesmo na incerteza,

uma promessa de que, no fim,

serei visto, compreendido.

E assim, mesmo diante do abismo,

continuo a flutuar,

um viajante eterno

entre o céu e a terra,

entre o ser e o não ser,

na busca incessante por significado

e conexão.

Sezar Kosta
Enviado por Sezar Kosta em 15/07/2024
Código do texto: T8107261
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