NOITE DE TORMENTA
Fecho os meus olhos
deitada em silêncio no quarto vazio
tento dormir
e assim fugir
dos pesadelos que me acordam.
Ouço a chuva se esparramar
no telhado úmido
meu coração quase a se calar
pelo gotejar da dor
inundando minha alma.
Uma enchente de emoções
arrastando as minhas convicções.
Deixo a alma levitar
no silêncio constrangedor
e profundo da madrugada
acato meu estado de estupor.
Anseio pelo raiar do dia
com os lábios secos
e a boca oca de palavras
rabisco uma poesia sem valia.
Todos os meus fantasmas costumam adormecer
ao primeiro sinal do sol nascer.