ESPINHOS
Flores de minha aurora,
Ao longe ficou minha infância
Que se perdeu com a esperança,
Dissipando a alegria de outrora.
A vida fez minhas estradas alteradas,
Fazendo-me andar com os pés feridos
E chorar por meu passado perdido,
Que fez minha sina inexata.
Sigo colhendo, dos cactos, os espinhos
Que sangram as minhas mãos,
Fazendo-me saciar o vinho da ilusão.
No horizonte incerto do meu destino,
Devaneio-me na concretude de minhas dores
E na abstração de um inexistente jardim de flores.