ESPINHOS

Flores de minha aurora,

Ao longe ficou minha infância

Que se perdeu com a esperança,

Dissipando a alegria de outrora.

A vida fez minhas estradas alteradas,

Fazendo-me andar com os pés feridos

E chorar por meu passado perdido,

Que fez minha sina inexata.

Sigo colhendo, dos cactos, os espinhos

Que sangram as minhas mãos,

Fazendo-me saciar o vinho da ilusão.

No horizonte incerto do meu destino,

Devaneio-me na concretude de minhas dores

E na abstração de um inexistente jardim de flores.

Vicente Mércio
Enviado por Vicente Mércio em 30/06/2024
Código do texto: T8096999
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