Véus de Cinzas
Em cinzas da partida me escondo,
Lembranças que o vento espalha ao redor.
Porta fechada, um adeus sem som,
Ecos do que foi, um amargo sabor.
Coração gelado, um iceberg em meu calor,
Ignorância cortante, qual punhal ferindo a flor.
Solidão que floresce em espinhos agudos,
Um jardim em luto, pelos sonhos desfeitos.
Mas a dor que me consumia, agora em força se converte,
Raízes que se erguem, buscando a luz que me desperte.
Da saudade que sobrou, brota a esperança em flor,
Ervas daninhas transformadas em força e vigor.
Somente a solidão me acalma,
Ninho de paz que me acolhe na calma.
Da tristeza que passou, resta apenas a lição,
Um novo amanhecer, libertação.
Em direção ao horizonte, novos sonhos a tecer,
Pedaços de um passado que não me prendem mais ao ser.
Com passos firmes, sigo em frente, sem olhar para trás,
Em busca de um futuro onde a felicidade enfim se faz.