SOZINHO
S O Z I N H O
O assédio da solidão
Convida-me a escrever,
Eu aceito o convite
Obedecendo meu querer;
Só mesmo o só é capaz
De mandar tristeza correr.
Lembrar de grandes momentos
Quando se foi abraçado,
Quando solidão sofria
Vendo-me tão festejado
E meu silêncio dizia
Que era recomendado.
Silêncio não é reclusão,
Pode explicar posição,
Saber escutar silêncio
Pode estancar discursão,
Quem o entende bem sabe
Ajudar ao solitário.
Se o sorriso não saiu
Não houve destinatário,
Solidão não é tristeza
É vontade de conversar,
Hoje converso com versos
Amanhã, alguém haverá.
Poema ficando pronto
E não tenho a quem mostrar;
Não pensem que nele há dor,
Há vontade de explicar;
Com ele o meu silêncio
Sozinho não mais ficará.