O poeta errante
Vadio! O poeta errante
Pela minha porta passa,
Toda semana, ele passa
Sem um traje adequado.
Tem no rosto um sonho
Parece sempre avoado,
Lá nas nuvens entrevê
Um anjo calmo e alado.
Que versos será que saem
Deste poeta vagabundo?
Sem casa, amigo nem nada
Nem mão de namorada?
Será que pensa na morte?
Que há de chegar tão logo…
Se morresse não passaria mais
Pela minha porta, pelas nossas casas.
Há uma trilha de lembranças
Que ele se deixa trilhar
Seu mistério: os frutos da pena
Os poemas que deixou escapar.