Liberdade
Em sombras densas, a alma aprisionada,
Sonhos engaiolados, esperança calada.
Correntes invisíveis, mas tão reais,
Um grito sufocado em noites sem mais.
Os passos medidos, o olhar contido,
No peito, um vazio, um anseio reprimido.
As asas cortadas, o voo negado,
Em cada amanhecer, um destino frustrado.
Horizontes distantes, além do alcance,
Uma vida sem cor, uma eterna estância.
Desejo de voar, de romper as amarras,
Mas os muros se erguem, perpetuam as farpas.
A mente se expande, busca escapar,
Em sonhos, encontra o seu lugar.
Mas a realidade, fria e severa,
Mantém a alma em sua eterna espera.
O vento sussurra histórias de liberdade,
Quebrando o silêncio, trazendo a verdade.
Um dia, talvez, as correntes se rompam,
E a alma, enfim, o céu reconquiste.
Até lá, resta o desejo, a chama insistente,
De viver sem grilhões, de ser plenamente.
Na luta por ser livre, a coragem persiste,
Pois onde há vontade, a esperança existe.