ESTENDO O OLHAR

Quando aqui eu chego estendo o olhar.

Não para as pastagens de agora.

Eu olho para o outrora.

Meus líquidos olhos se derramam no lago.

Afundam.

Buscam.

O quê?

Um anel.

Estendo ainda mais o olhar.

Encontro uma linda árvore.

No caule dela dois nomes grudadinhos.

Dentro de um coração.

Estendo a mão.

Para o vazio.

Sinto um frio.

Não é o vento que vem do sul.

É um frio tão intenso.

Sinto mais frio quando mais eu penso.

Então pego uma pedra no chão.

Eu a olho, examino bastante.

E atiro.

O som da pedra indo...

Fico rindo.

De quê?

Desta solidão.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 08/01/2008
Reeditado em 12/04/2011
Código do texto: T808226
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