ESTENDO O OLHAR
Quando aqui eu chego estendo o olhar.
Não para as pastagens de agora.
Eu olho para o outrora.
Meus líquidos olhos se derramam no lago.
Afundam.
Buscam.
O quê?
Um anel.
Estendo ainda mais o olhar.
Encontro uma linda árvore.
No caule dela dois nomes grudadinhos.
Dentro de um coração.
Estendo a mão.
Para o vazio.
Sinto um frio.
Não é o vento que vem do sul.
É um frio tão intenso.
Sinto mais frio quando mais eu penso.
Então pego uma pedra no chão.
Eu a olho, examino bastante.
E atiro.
O som da pedra indo...
Fico rindo.
De quê?
Desta solidão.