ECOS DE UM POEMA ESQUECIDO
Nas profundezas de uma escrivaninha antiga,
Nasci como um poema solitário, na quietude amiga.
Fruto de uma alma em chamas, ardente paixão,
Ansiando por um toque, uma eterna canção.
Versos florescem na escuridão, beleza sem par,
Pétalas de dor e esperança, no silêncio a pairar.
Palavras escolhidas a dedo, sementes a germinar,
Anseiam por olhares, por almas a se encantar.
Sou o fruto dourado de um pomar esquecido,
Minha doçura velada, um mistério não esclarecido.
O perfume das rimas enche o vazio, um convite,
Aguardando quem sinta o arrepio, um requinte.
Entre papéis que amarelam, guardo meu brilho,
Sonhando com dias onde a luz rompa o empecilho.
Desejo que descubram meu cárcere, minha existência,
Revelando a beleza oculta, minha quinta-essência.
Na gaveta repouso, em meu silêncio sagrado,
Esperando por olhos, por um coração apaixonado.
Sou um poema solitário, mas repleto de fervor,
Aguardando ser lido, para mostrar meu valor.