Tinteiro
Há uma foto amarelada pelo tempo,
destas que sempre me atraem
e estou a olhá-la
com olhos de cego.
Meus passos foram trilhados
com ausência de luz — solidão!
Gritam nos porões o meu nome!
Querem prender minhas mãos.
Mas não, o poema nunca será preso!
Ele é a razão do viver!
Falta som,
não preciso dizer pra ser ouvido!
Depois que o poema é lido,
você só o relê
se ele significa algo mais pra você.
É um encontro entre o poeta e o leitor.
Ele tem que ser valoroso,
doído, tocar a alma,
mesmo antes de escrito.
E derrama...
Derrama meu tinteiro que te escreve...
Não há mais tinta.
A vida é breve!