QUANDO A LUA CHORA
Lamuriosa e chorona, a lua
Em prantos serenando nas ruas,
Parece solidarizar-se com os boêmios.
Corações solitários. Almas poetas.
A paz maquiada em suas faces amantes,
No seguinte instante caduca e, alucinadas,
Atiram-se aladas, bolinando o desejo
Na lua maluca, minguada, nua.
O céu infinito é como o sentimento
Que sedimenta a paixão; é como o momento
Vasto, profundo, misterioso e sereno do amor.
Habitam poetas, boêmios e solitários
Num encantado cenário que a madrugada segreda;
Num momento mágico em que a lua chora.