SEM ASAS

 

Sentada no banco da praça,

Solitariamente recolhida,

O olhar embaça,

Não vislumbra o matizado manto,

Enquanto o rio da vida,

Passa nas suas reminiscências.

É um sentimento insustentável,

Torna-se inevitável,

A fluência de um lento pranto,

Dá uma vontade de ser envolvida,

Pela aragem vespertina,

Fragmentar a concreta sina,

Se perder na eólica cadência.

Mas, não é tão simples assim,

Mesmo estando perto do fim,

Nessa altura da existência,

É tolice qualquer pretensão,

Resta ao desalado ser,

Silenciosamente anoitecer,

       ...E enaltecer a solidão.