Novamente solidão
Cansado e sem esperança
Frente ao sol sem muito me alegrar,
Repousava os olhos na imensidão.
Era tarde,
Só o mormaço me aquecia
Havia barulhos no labirinto mental
Havia um ar estranho como o vaco.
Naquele exclusivo silêncio
Ela me invadiu com seu sorriso,
Um sorriso felino feminino.
Ah! O seu olhar me domou.
Não esperava jamais ser invadido,
Mas ela invadiu, sem uma palavra,
Sem algo que causasse estranheza,
Sem qualquer movimento.
Observando-a à distância,
Senti a fragrância das águas calmas
Penetrarem minhas narinas suavemente.
Então sentir ser amor.
Um primeiro movimento ela fez
Em minha direção.
Não! Não consegui desviar o olhar
Não consegui se quer respirar.
Ela é real demais naquele exclusivo silêncio
Que antes era só meu.
Perfeita, singela, meiga, fêmea
Que só a presença inunda tudo.
Desde então, todos os dias ela está aqui
Fazendo sentir-me ser amado,
Fazendo com que eu a ame.
E ela está aqui como o ar.
A felicidade me retornou
Não há como negar,
Sentir que ela me ama
Sentir que eu a amo.
Para tempo.
Para o tempo não passar,
Se passa o tempo...
Nesse tempo vou ficar.
Soprou vento forte
Senti medo e frio,
Era mais que simples chuva
Senti estranheza no seu olhar.
Não era o mesmo do dia Inesquecível,
Do tempo inabalável,
Do tempo que se congelara
Do tempo que não se negava.