Entre o adeus e a lágrima
Eu a contemplava em ardentes noites de luar
ela soluçava aos prantos em dias surreais em seus delírios a voar.
Flutuávamos qual pássaros destemidos
onde todo o céu se diluía em lágrimas de seres deprimidos.
Os luares eram recompensas de minhas tristes ilusões
enquanto tu cantavas para a vida: entre as dores e suas decepções.
Meus poemas eram severos desejos de misticismo e amargura
desafiando o terror de cada olhar pérfido sem carisma, sem ternura.
Vejo-me nas sombras glaciais do tempo
acenando adeus para o mar, para o sol, névoa e vento;
eu amava a noite fria e sussurrante e desiludida
ela adorava o dia na sua fragilidade ardil,
carente entre o beijo e sua despedida.