Entre o adeus e a lágrima

Eu a contemplava em ardentes noites de luar

ela soluçava aos prantos em dias surreais em seus delírios a voar.

Flutuávamos qual pássaros destemidos

onde todo o céu se diluía em lágrimas de seres deprimidos.

Os luares eram recompensas de minhas tristes ilusões

enquanto tu cantavas para a vida: entre as dores e suas decepções.

Meus poemas eram severos desejos de misticismo e amargura

desafiando o terror de cada olhar pérfido sem carisma, sem ternura.

Vejo-me nas sombras glaciais do tempo

acenando adeus para o mar, para o sol, névoa e vento;

eu amava a noite fria e sussurrante e desiludida

ela adorava o dia na sua fragilidade ardil,

carente entre o beijo e sua despedida.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 01/05/2024
Código do texto: T8054197
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