Porém, vence a luta.

Alma nua minha

Vaga

Um mundo em brumas

Vai, navega a valsa

Entrega à luz o olhar avesso

Esquece a dor assim

Assim a dor esqueço

Se é que alguma dor

Minh'alma tinha

Alma descalça

Baila a solidão do teu destino

Entrega a mesma indiferença

Mas traz de volta sempre

Eternamente a esperança

Contenha-se

Guarda a lição aprendida

Como disso dependessem nossas vidas

Muros altos, nuvens, nevoeiro...escuro

Não se sabe quando

Um dia, um olhar derradeiro

e depois o silêncio, sempre há de surgir

Tira disso o que te houver de puro

Que te parecer

Alma minha

Cada estrada é diferente

Mas todas terminam

Guarda-te em si mesma

Porém, vence a luta

O ar sempre resiste ao pássaro pequeno e triste

Que atravessa o céu em plêno pico do sol

Eu fico aqui do teu lado

Alma solitária

A resistência é que garante o voo

Assim como a tudo que demais existe

Aparentando indiferente e livre

Entregue à luz, de olhar avesso

Porque toda liberdade exige um preço

Assim permaneço ao teu lado

Assim como sempre eu estive.

Edson Ricardo Paiva.