Grão De Areia
Grão de Areia
Fragmentada minha alma
Em grão de areia do meu ser
Partícula que se precipita de mim
Num ato de pensar...
Tento esvaziar-me de tudo
De cada pensamento que grita
Pela pura necessidade de existir
Pelo questionamento de todas as coisas
Ora pelo simples fato de preencher
O questionário vazio agravado pelo tempo
De tantas questões, que nem sei
Onde me encontro num porquê
Quiçá numa resposta...
Só entendo que me cupi
No nada que sou nesse universo
És tu de nada pra tentar ser
Sou grão de areia que despreza o deserto
De tantas questões, emoções, razões
Que se lança ao vento do esquecimento
Sem querer ser, ter ou existir
Sou tudo do nada diante de ti
E teus olhos nem me ver
Pois tem tanta matiz no mural do vazio
Das almas que se consomem dentro de si
Mas tudo falam de mim
Eu sou cheio de pensamentos perdidos
Que silêncio dentro de mim!
Quero ser o eco de minhas ausências
Presente na penumbra dos meus olhos
Pois nada tenho a dizer numa retórica rica
Que nunca consegui descrever...
A dor nutrida por sentimentos
Contida nessa lágrima que desprende
Dos meus olhos tentando algo dizer
Sou grão de areia que ao carpir no deserto
Na minha solidão tenho vontade de gritar
Até como criança chorar...
Sem ter as respostas pra minha alma
Silenciam em mim todos os porquê?
Pra outra vez voltar a perguntar
Ricardo do Lago Matos