Eu e meu reflexo.
No íntimo do espelho, disfarçado,
Minha felicidade há de se esconder,
Em um sorriso fingido, mascarado,
Recusando ao mundo o meu verdadeiro ser.
Olho-me nos olhos, desvendando a tristeza,
Que se esconde por trás desse semblante,
Um oceano de emoções, uma grande incerteza,
É difícil revelar o que aqui se avizinha adiante.
No silencioso caminho que conduz, ocultando a luz,
Que arde dentro de mim, como um fogo divino,
Os olhares curiosos não têm mais a cruz,
A felicidade verdadeira fica em constante desatino.
No reflexo do espelho, solto um riso frágil,
Como um véu de ilusão, escondo-me em segredo,
Mas quem poderia ver além dessa máscara débil,
A verdade que o sorriso não mostra, o medo?
Deslizo pelos dias, disfarçado e protegido,
Como se fosse uma casca, uma máscara de ferro,
Mas no âmago de mim, a dor persiste e revive,
Buscando na escuridão um alento verdadeiro e sincero.
Que pena que o espelho somente reflete a aparência,
Sem desvendar os abismos do coração,
Revelar a felicidade, uma experiência,
Que anseia em se libertar, seguir a própria direção...