Tempo de Solidão
Eu te deixei na Primavera
E tentei algo no Verão
Em vão.
Agora, chegado o Outono
Vejo que é tempo de solidão.
Talvez as folhas secas
Sejam molhadas pela chuva
E repisadas
Tal qual o meu doido coração...
Talvez avance o Inverno
E castigue minha emoção,
Tal qual um pretensioso Napoleão
Cobiçando uma distante Rússia...
Talvez eu nem sinta,
Passe num instante...
Talvez eu antes pressinta
As madrugadas vazias,
Sem o calor de outro corpo
Até o final dos meus dias.