PRISÃO
Devaneios da carne nos verbos e versos
Registro etéreo do íntimo do efêmero
Tatuagem indevida
Cravada à língua
Derramamento de salivas
No clímax da faísca de poros
Estrondos de demasias e desmesuras transeuntes
De escombros salobros na herança de lágrimas a mim pertencida
Saltam alvoroços dentro deste poema, colisões e gozos.
Inaugurei e arquivei lógicas neste devir de ser amante
[Tessituras de refúgio
Descarrilhei meus olhos quando tombei nos teus lancinantes
Detentor de um êxtase exuberante
Encarcerado tátil, por descuido, minha razão.
O incógnito da diminuta liberdade
O teu nome desconjurado em líquida vaidade
Camuflo selvagens confissões nos silêncios
[nas reticências tantas do passado
Desejos estampados, costurados na memória
Além da sobra, todo o resto.
Na retina abcesso na pele minha, abcessos
Adereços em calabouços perenes
No cerne do âmago
[poemas lúgubres