Abri a janela
Chovia torrencialmente
Raios e trovões


As gotas caiam violentamente
lavavam o chão, o céu e alma...

 

O cheiro da chuva era imanente...
O calor armazenado do chão
subia em forma de vapor...


O ego da gente gemia

sorrateiramente
armazenado em cantos
emergia em forma de olhares,
palavras ou gestos...

 

Havia a poesia lá fora.
Lavada ou suja.
Seca, úmida ou molhada.

 

E os trovões eram tenores
a reverberarem a cena.

 

Abri a janela.
Abri e vi a chuva
A água batendo no chão
num tom esquisito.

 

E os raios 
davam breves luzes sobre tudo...
Pensamento é raio...
Pensamento é poesia.
Pensamento é sangue da gente
invisível, impalpável e tão concreto.

 

Como o concerto hídrico lá fora.

Abri a janela.
Abri a visão.
Descortinei-me em meu mundo
A poesia absoluta de um temporal.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 21/01/2024
Reeditado em 21/01/2024
Código do texto: T7981183
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