ABSTRATAS FLORES
Vejo minha imagem em um espelho quebrado,
Fragmento-me em dores por estradas tortuosas,
Perdido em subidas íngremes e sinuosas,
Fazendo de mim um ser caído, outrora alado.
A esperança me faz seguir como um barco à deriva,
Entre altos e baixos me refugiando na solidão,
Tentando fixar-me em tórrido chão ou
Equilibrar-me em frágil alegria.
O Céu cinza e opaco abraça meu existir,
Oferecendo-me uma atmosfera repousante,
Fazendo-me desejar, do ódio, estar distante
E procurar meu jardim de terras primaveris.
Meus olhos tentam enxergar distante horizonte,
A utopia entre abstratas flores,
Que atenuam as minhas dores
E me ponho a saciar de utópica fonte.