"OURA VEZ".
Outra vez...
Me ponho aqui observando da minha janela,
Percebendo o trânsito das ruas,
Exposto na verdade nua e crua,
Pintado em tela!
Outra vez...
Me ponho só a descrever as tristes mazelas,
Me abafam fulges pensamentos,
Centelhas de muitos momentos,
De noites belas!
Outra vez...
Tentando me livrar das dores que me fere o ser,
Que chegam quando sozinho estou,
Meu subconsciente assimila a dor,
E ajuda-me viver!
Outra vez...
Ouço as canções por mais antigas que possam ser,
Por meio de plataformas digitais,
No túnel do tempo de anos atrás,
Choro sem querer!
Outra vez...
Procuro achar uma saída dessa vida acabrunhada,
Pensamento adventícios me vem,
Como se ouvisse a voz de alguém,
A noite inteira!
Outra vez...
Leio os meus primeiros textos que um dia escrevi,
As frases e estrofes de composição,
Encho-me de orgulho e satisfação,
Frases inteiras!
Outra vez...
Calo-me em quase tudo e fico apenas a observar,
Com loucuras que vejo ao redor,
Vejo a insensatez sempre maior,
Fico em silencio!
Outra vez...
Confesso que nunca pensei ver tanta ingenuidade,
Em muitos que se diziam leais,
Ver amigos tornarem-se rivais,
Em contrassenso!
Outra vez...
Luto com o travesseiro que o sono vem roubar-me,
Marcado pelos desenganos,
Engodos que me são tiranos,
Tiram-me a paz!
Outra vez...
Lhes digo que tentei fugir das ínfimas consequências,
Embora isso tenha sido em vão,
Vejo que lutei, mas sem solução,
Fatos bem reais!
Cbpoesias.
25/12/2023.