De repente tudo é vão
De repente tudo é vão
(Aluísio Neguinho)
De repente tudo sai das nossas mãos
Feito água escorrendo entre os dedos
Tempestade que alaga o coração
E aumenta todo dia os nossos medos...
De repente tudo vira desprazer
Feito um vento frio que sopra a alma
Sufocando a vontade de viver
Tirando de nós a fé e a calma...
De repente tudo vira dor e solidão
Um vazio sombrio, um adeus profundo
E quando eu tento encontrar o chão
Sinto que cheguei em outro mundo...
Olho as sementes que plantei
Germinando com o passar do tempo
E as vezes me pergunto onde errei?
Pra estar vivendo esse tormento...
Choro em silêncio pra ninguém me ouvir
Finjo que não sinto meu peito sangrar
Olho ao meu redor penso em desistir
Mas olho pro céu e ainda sei rezar...
Peço pelos meus e esqueço até mim
Pois sei que minha hora não tarda chegar
Tudo na vida tem começo, meio e fim
Mas nem por isso eu vou me entregar...