A figura de meu pai
Um vazio tão grande
Corre em minha alma tão cheia de amigos
Observo o silêncio na sala escura
Fui preenchido com um sonho que não se realiza,
Então machuca.
Algo em mim dói!
Grita mas não entendo
Alegria eu deveria sentir
Pois nunca abracei a solidão como um total
Mas porque então não se cala?
Me lembro da figura de meu pai
Tão triste esperando o dia acabar
Algo nela me pareceu tão familiar...
Nada faz muito sentido
Amigos esperando apenas o próprio destino para partirem
Eu já estive na vida de tantos
Uma chave que carrego que parece libertar
A vida de solidão que ninguém deveria sentir.
Então porque eu a sinto?
Tantas mãos eu já segurei
Tantos sorrisos encontrei no fundo de tantos corações
O meu que dizem tão especial
É obrigado a encontrar em si mesmo esse lugar
Mas não sei o que fazer...
Então me quebro
Me remonto
Em um ciclo que já dura tanto tempo
Que tenho certeza que algumas peças não se fixam mais.
Quantas vidas será que ja vivi?
Em quantas meu coração não foi o especial?
Em quantas ele foi apenas um coração que se encaixava na vida de apenas um?
Juro que queria não mais me importar
Então lembro da figura de meu pai
Ninguém deveria viver na solidão...