No outono da minha alma, folhas caem em silêncio
No outono da minha alma, folhas caem em silêncio,
Solidão como uma brisa, um frio que é intenso.
À minha volta, o colorido das relações, como folhas douradas,
Mas no âmago, um vazio, um eco de almas isoladas.
Inverno invade meu coração, gelado e sombrio,
Mesmo entre risos, sinto o frio do vazio.
É um manto de neve sobre o meu ser,
Solidão, um fio invisível que parece crescer.
Na primavera da convivência, flores desabrocham,
Mas em meu peito, o deserto persiste, não se apaga.
É como uma chuva fina que não molha a secura interior,
Solidão camuflada em meio ao colorido exterior.
No verão, o calor das risadas e encontros,
Mas no meu íntimo, há sombras que são prontos socorros.
O sol não consegue dissipar a névoa da solidão,
Pois mesmo rodeado, há uma distância no coração.
Estações do ser, ciclos que se repetem,
Solidão como um eco que nos afeta e nos atinge.
Mesmo entre multitudes, a solidão é uma jornada,
Um caminho solitário, uma trilha que não se desgruda.
Assim, nas estações do meu ser, eu caminho,
Entre o calor e o frio, entre o riso e o espinho.
A solidão, uma sombra que me acompanha,
Mesmo sob o céu estrelado de uma noite tamanha.
Mas talvez, na dança das estações, encontre a chave,
Para desvendar o mistério da solidão que me invade.
Pois na metamorfose das estações, quem sabe,
A solidão se transforme em harmonia, e o coração se lave.