Não há mais poemas na alma
Estar ali uma cadeira vazia
uma mesa limpa de mogno
mas não há nada sobre ela.
Os papeis já não há,
alguns livros, uma caneta,
uma janela que fechada está,
não há luz brilhante do sol
pousando por dentro daquele lugar.
Todos os cômodos vazios estão
silêncio forte, bramindo essa solidão.
Ninguém mais lê meus poemas, meus ais,
ninguém quer se emocionar
não há mais temperança, só almas hostis, banais.
As gavetas da escrivaninha, vazias,
tudo sem vida naquele lugar
tudo sem coração para se amar
todos se foram e não irão mais voltar
não há ninguém mais
pra ler meus poemas
para se emocionar os meus ais.