Não há mais poemas na alma

Estar ali uma cadeira vazia

uma mesa limpa de mogno

mas não há nada sobre ela.

Os papeis já não há,

alguns livros, uma caneta,

uma janela que fechada está,

não há luz brilhante do sol

pousando por dentro daquele lugar.

Todos os cômodos vazios estão

silêncio forte, bramindo essa solidão.

Ninguém mais lê meus poemas, meus ais,

ninguém quer se emocionar

não há mais temperança, só almas hostis, banais.

As gavetas da escrivaninha, vazias,

tudo sem vida naquele lugar

tudo sem coração para se amar

todos se foram e não irão mais voltar

não há ninguém mais

pra ler meus poemas

para se emocionar os meus ais.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 12/11/2023
Reeditado em 19/01/2024
Código do texto: T7930249
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