Frisson
Quando me deito na noite infinita,
ouvindo o pesar sonoro dos carros
na madrugada erma, sem cor de vida,
embora o mal nesta hora seja escasso,
aqui, neste instante, neste lugar,
sinto algo diferente: um pensamento
de vivo e desconhecido pesar
por algo que foge ao meu entendimento.
Não é a mera dor ou lutuosa ausência
ou a mera incompreensão sobre a existência
comum a todos os seres viventes.
É algo mais íntimo que o saber,
embora já se perceba sem ver
na madrugada erma, plena de vida.
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