Cataclismo

Como um planeta recém-saído da nebulosa solar

Que traz consigo o caos absoluto dos elementos,

Assim é o meu coração, a pulsar em seus tormentos

No cataclismo eterno e horripilante do amar

Não há mais sequer sangue correndo em minhas veias,

Apenas o fluxo incessante do magma a borbulhar

Que, vez por outra, encontra água e vem a petrificar

Formando das futuras montanhas as aceradas cadeias

Há paz absoluta nesse caos dos elementos em desalinho

A paz que só é possível fruir em plenitude estando sozinho

Sem a insolência do amor a insinuar-se, sempre depravado

Tecendo suas quimeras, sempre tão doces quanto perversas

Tentando, com a sua luz impura, profanar as minhas trevas

As mesmas que ora restauro, após o haver, enfim, despedaçado.

Alan Thanatos
Enviado por Alan Thanatos em 25/10/2023
Código do texto: T7916723
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