DELITO
Prosseguir é abismo
É cair na memória impiedosa.
Todos os segundos um questionamento...
De quantos prantos se faz um fim?
E quantos medos cabem em mim?
Tantos afetos do avesso
Se de amor padeço, nada mais que isso mereço?
Prosseguir é abismo
Esperar o incerto
Sem mais
Não há planos na ausência
E q ue futuro haveria nesse impasse?
Em um tempo ímpar como este?
Ao continuar os dias
Padece o sorriso, a prosa e a euforia
Quaisquer esperanças
Percebo tardiamente
Tombado no teu corpo
A solidão, o fracasso o remorso tão próspero
Tão próximos...
Tudo em ti
É um adeus de antemão.