MORDAÇAS

Encaro o oco que é querer

Que é o futuro

De ver o vulto, a sombra, a mágoa

A borda

O transbordamento

A memória infalível

Devir de um olhar fútil como o teu

Não deveria afetar, nada amordaçar ou estremecer

Muito menos seguir perturbando este semblante

Quereres e sonhos

Mas atravessa e rasga

A miúdes

Revela um vão

E a inatividade que se reverbera

Na crueldade do quase

Do "por um fio"

Do "por um triz"

Do "por pouco"

E a saudade? Se envadece com a sede.

Maria Mariane
Enviado por Maria Mariane em 25/09/2023
Reeditado em 30/09/2023
Código do texto: T7894049
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